Éder cobra de Silval indicação para o Tribunal de Contas

O ex-homem forte dos governos Blairo Maggi (PR) e Silval Barbosa (PMDB), o ex-secretário extraordinário da Copa, Éder de Moraes, disse, nesta segunda-feira (13), que espera que o governador cumpra o acordo que teria com ele, indicando seu nome para uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). 

Em entrevista ao programa “Chamada Geral”, daRádio Mega FM, Moraes disse que vai cobrar a suposta promessa do chefe do Executivo e admitiu como verdadeiros os comentários que surgiram em torno da sua indicação para o TCE, antes dele deixar o staff do Governo do Estado.

“Realmente, naquele momento, foi feita uma avaliação e, pelo meu perfil técnico, de conhecedor profundo de contabilidade e os cargos que já ocupei nos últimos dez anos no governo, concluiu-se que eu me encaixava dentro do perfil de conselheiro do Tribunal de Contas. Então, foi feito esse compromisso, o governador empenhou sua palavra e eu espero que ele a cumpra, como sempre fez comigo”, disse o ex-secretário.

"Foi feito esse compromisso, o governador empenhou sua palavra e eu espero que ele a cumpra, como sempre fez comigo"

A próxima vaga será preenchida com um nome indicado pelo Executivo. Contudo, a escolha dificilmente recairá sobre o nome de Eder Moraes, uma vez que a mudança das regras para indicação de conselheiros estabelece que a próxima vaga deve ser ocupada por um dos auditores substitutos - e a outra (quando houver) terá que ser destinada aos procuradores de Contas.

Atualmente, o Pleno do TCE tem sete conselheiros substitutos, servidores concursados que fazem às vezes dos conselheiros quando estes estão de férias ou não comparecem às sessões, além de quatro procuradores de Contas.

A composição do Pleno do Tribunal de Contas é de sete membros titulares, sendo quatro de indicação do Poder Legislativo e, três, do Executivo.

Eder de Moraes teria se baseado em uma Proposta de Emenda Constitucional, apresentada pelo conselheiro Sérgio Ricardo, quando este ainda era deputado estadual, que estabelecia que um auditor de Contas só pudesse assumir como conselheiro depois de dez anos de serviço.

Porém, foi levantada a inconstitucionalidade da PEC e ela deve ser arquivada, uma vez que já existe jurisprudência, pois ela foi derrubada em vários Estados.

Quanto à sua saída turbulenta do governo e o repentino isolamento a que se submeteu, Eder Moraes disse, na entrevista, que sabia perfeitamente desse risco. 

“Eu sabia dos riscos do cargo e do preço que teria de pagar pelas minhas posições firmes, encarando os problemas de frente e sendo objetivo nas tomadas de decisão. Fiz tudo conscientemente e o governador Silval Barbosa sabe que sempre mantive com ele, e com o governo de Mato Grosso, uma fidelidade canina”, argumentou.

Agora na iniciativa privada, o secretário anunciou que vai atuar no setor da Comunicação Social. Ele estréia, nos próximos 30 dias, um programa de entrevistas, que vai ser exibido pelo canal 19.