Ichu sustentável, um sonho possível?

 

A discussão em torno da ideia de cidades sustentáveis vem ganhando força nos últimos anos, apesar das controvérsias ao qual o tema está envolvido. Compromisso firmado na agenda 21 e reafirmado em encontros da ONU sobre meio ambiente, a discussão sobre o tema envolve vários discursos, visões de mundo, ideologias, interesses etc. Talvez por isso a questão esteja tão cheia de controvérsias e dificuldades quanto a operacionalização. O que realmente importa quando se discute sobre sustentabilidade?  Como garantir a sustentabilidade de nossas cidades na situação em que elas se encontram?

Esta é uma idéia complexa e envolve não só elementos naturais, mas também os sócio-culturais, políticos, econômicos e filosóficos. Questões como a consciência ambiental em diferentes escalas, a relação entre cultura e tecnologia, a responsabilidade e o respeito para com a o meio ambiente, a mudança nas relações da sociedade com a natureza, entendendo que desenvolvimento é diferente de progresso material, e a reivindicação quanto a emancipação dos povos e a promoção da cidadania, são assuntos que não podem ficar de fora quanto se discute o tema. Como então construir cidades sustentáveis encaminhando soluções para os inúmeros problemas que enfrentamos neste espaço?

Não é uma tarefa fácil, mas necessária. No geral, as cidades, independentemente do seu tamanho ou de sua localização, enfrentam diversos problemas e todos com uma certa relação entre si como a poluição, a produção de lixo, a precariedade da infraestrutura, a ineficiência do saneamento básico, a perda de parte de sua memória devido a deterioração do patrimônio histórico-cultural, a violência, o desemprego, a miséria, a apatia política, ausência de espaços para o lazer etc. São problemas que afetam a saúde, o humor ou a renda de seus habitantes e isso acontece em uma grande ou pequena cidade, rica ou pobre, litorânea ou interiorana. Superar esses problemas e levar as cidades à sustentabilidade é tarefa de todos, mas a responsabilidade deve ser sempre maior para o poder público, para as lideranças sociais e para as empresas. São estes que devem, pelo menos, tomar a iniciativa e tentar articular ações, planejar a ocupação do espaço e promover a participação popular.

As cidades sustentáveis seriam aquelas, portanto, que pudessem garantir cidadania plena aos seus habitantes de forma articulada com o campo, num ambiente que propicie o bem-estar, a ocupação ordenada e harmônica do espaço com a natureza, evitando-se agressões ou transtornos ambientais, alem de garantir a preservação e valorização do patrimônio histórico-cultural e a geração de emprego e renda. Pra isso é necessário uma tomada de consciência que tenha como consequência a mudança no comportamento das pessoas em relação à cidade fazendo com que todos se sintam parte dela, algo a ser conseguido com mobilização, gestão democrática e aumento dos investimentos em educação. Assim, quem sabe um dia, possamos ver Ichu como uma cidade sustentável.

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Lucas Rondinelle